Da perspectiva de um cuidador: musicoterapia e retenção da linguagem

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por Gary Eilrich

Logo depois de me aposentar, notei que minha esposa estava tendo problemas para se expressar. Nosso médico de cuidados primários sugeriu uma consulta com um neurologista comportamental e, após uma avaliação e testes neuropsicológicos, ela foi diagnosticada com afasia progressiva primária.

Ela logo começou a frequentar sessões de fonoaudiologia, das quais gostava; ela era diligente em praticar seus exercícios de fala em casa. Ela também gostou e se beneficiou de uma reunião de grupo semanal chamada “Speak Easy”, que fornecia uma programação única e inovadora para pessoas com distúrbios neurogênicos de comunicação. Ela frequentou o grupo quase todas as segundas-feiras por dois anos; quando ela parou de gostar dos exercícios, uma fonoaudióloga sugeriu musicoterapia para continuar preservando a comunicação.

A musicoterapia envolve um uso clínico baseado em evidências de intervenções musicais para melhorar a qualidade de vida dos clientes e, no nosso caso, para preservar a linguagem e a comunicação. Sempre uma amante da música, minha esposa foi motivada a tentar a terapia.

A musicoterapeuta veio até nossa casa para fazer sessões particulares, das quais também participei para aprender mais sobre formas de apoiar nossa comunicação e saber o que minha esposa precisava praticar durante a semana. O terapeuta fazia anotações meticulosas para acompanhar o progresso de minha esposa. Aprendemos que, embora minha esposa estivesse perdendo rapidamente a capacidade de falar, ela ainda conseguia cantar certas frases, então o terapeuta a ensinou a incorporar ditados específicos em canções familiares. Ela aprendeu a cantar “Tenho que ir ao banheiro”, “Te amo” e “A tilápia estava boa”. (Tilapia é sua comida favorita.)

Passamos os invernos em outra parte do país e encontramos outro musicoterapeuta lá. Essa terapeuta fez um CD de frases que ela e minha esposa trabalharam para que pudéssemos ouvir e praticar em longas viagens. Com o tempo, a capacidade de expressão de minha esposa diminuiu ainda mais, mas ela continuou a cantar as frases curtas que aprendera na terapia da fala por mais tempo do que o esperado.

A musicoterapia forneceu uma maneira eficaz para minha esposa e eu nos comunicarmos, mesmo quando sua capacidade de se expressar verbalmente diminuiu. Mais importante, ela se divertiu, o que ajudou a melhorar sua qualidade de vida.

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