Segurança financeira e anosognosia

Close up of mature couple fighting sitting on sofa

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inverno 2019

A supervisão financeira no início do tratamento da DFT é extremamente importante, principalmente quando a anosognosia é um fator. Mary é enfermeira e mãe solteira de dois filhos no ensino médio. Após seu aniversário de 50 anos, ela começou a apresentar mudanças de personalidade – antes prestativa e atenciosa no trabalho, tornou-se crítica e difícil de trabalhar; antes conhecida por sua pontualidade, ela começou a chegar atrasada. Um neurologista comportamental a diagnosticou com variante comportamental FTD (bvFTD).

Embora tivesse que parar de trabalhar, Mary continuou a viver de forma independente (com alguma supervisão) e parecia estar bem. Tanto quanto sua família sabia, ela estava pagando suas contas, cuidando de sua casa e tomando sua medicação diária. Mas quando seu filho mais velho começou a se inscrever na faculdade, ele descobriu que o dinheiro que ela economizou para a mensalidade dele havia sido transferido para o exterior para um “novo namorado” que ela conheceu online. Confrontada, Mary estava completamente despreocupada; nenhuma explicação poderia convencê-la da gravidade de seu erro. Nenhum centavo foi recuperado. Na verdade, enquanto sua família tomava medidas para limitar seu acesso à internet, ela ainda encontrava uma maneira de enviar ao “namorado” ainda mais dinheiro. Orientado por um advogado de idosos familiarizado com o FTD, um membro da família recebeu a tutela, uma ferramenta legal que limita os direitos de um indivíduo com base na determinação de que ele não pode cuidar de si mesmo.

A história de Mary reflete a necessidade crucial de supervisão financeira quando a anosognosia está presente. O simples reconhecimento da necessidade de supervisão externa é importante: as pessoas com FTD geralmente obtêm bons resultados nos testes de demência padrão, levando à falsa crença de que podem administrar suas finanças independentemente. Para evitar problemas, comece oferecendo apoio à pessoa com DFT, inclusive organizando e simplificando suas finanças. Limite o acesso a lixo eletrônico, especialmente oportunidades “boas demais para ser verdade” e monitore suas atividades na Internet. Se gastar demais se tornar um problema, certifique-se de que eles tenham acesso apenas a cartões de crédito e débito com limites relativamente baixos. Identifique um consultor de confiança que possa ficar de olho em seus gastos.

A perda de julgamento somada à tomada de decisão impulsiva e prejudicada que acompanha a DFT muitas vezes não são bem compreendidas por aqueles que não entendem a doença, tornando a obtenção de tutela difícil e estressante para os cuidadores da DFT. As decisões de concessão de tutela não são baseadas no comportamento ou controle emocional, mas na capacidade de realizar tarefas diárias. Uma pessoa com FTD pode manter um funcionamento relativamente alto nos estágios iniciais da doença, capaz de responder de forma convincente a perguntas como: "Como você paga as contas domésticas?"

A tutela é, portanto, frequentemente negada em casos de FTD. Nesses casos, os cônjuges podem considerar o divórcio necessário para proteger suas finanças pessoais. Às vezes, porém, o divórcio pode fazer com que o cônjuge perca a renda da qual depende. Reconhecer os riscos financeiros específicos inerentes à DFT e tomar medidas para proteger as próprias finanças no início pode ajudar a mitigar o impacto financeiro de longo prazo da doença.

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